Planejando sua viagem a CUSCO e ARREDORES

Esta viagem foi especial para nós. Não só por seus encantos e pelas experiências que tivemos, mas, principalmente, porque a fizemos com toda a nossa Família! Na época, ainda não tínhamos ganhado de Deus a nossa maior riqueza, que são os nossos quatro netos. Foi pensando que eles poderiam chegar a qualquer momento que programamos fazer esta viagem com urgência. Seria impossível caminhar com eles mais de 100 km na altitude (Trekking Salkantay Machu Picchu), com frio, chuva e neve.  Viajamos com nosso filho e nora e, um dia depois, chegou a Cusco a nossa filha.

 

Houve tantos detalhes para apreciar, tantas ruas e praças para percorrer, tantos monumentos para visitar que ficamos extasiados! Tentamos então capturar as belas imagens desta cidade com nossas câmeras fotográficas e celulares. Nós achávamos que a única coisa que Cusco poderia nos oferecer de bom seria uma hospedagem para, no dia seguinte, partir para Machu Picchu. Grande engano! Cusco é incrível e tem muito a mostrar a seus visitantes. Por si só, já vale a viagem.

Planeje-se e bom passeio.

Casal VisiteiGostei

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SOBRE CUSCO

Cusco, que na linguagem quéchua significa “Umbigo do Mundo“, é uma cidade bonita, com arquitetura colonial bem preservada, evidência de uma história rica, complexa e misteriosa. Com aproximadamente 3.000 anos, a Capital do Império Inca é considerada a cidade vivente mais antiga do Continente Americano. Em 1983, a UNESCO concedeu a Cusco o título de “Patrimônio Mundial”.  A cidade em si representa o centro da cultura indígena quéchua nos Andes. A característica básica da cidade é a mistura perfeita do urbano com os monumentos pré-colombianos. Cusco tem a sensação de uma cidade mágica, e caminhar entre suas passagens de calcário labirínticas, ruas incas e mansões da era colonial é como voltar no tempo.

Cusco é certamente a capital do turismo no Peru e um dos destinos mais importantes do mundo. Você conhecerá pessoas do mundo todo porque é ela a cidade mais indicada para os turistas partirem para visitar Machu Picchu e o Valle Sagrado dos incas. O povo de Cusco, cuja vasta maioria trabalha diretamente ou indiretamente na indústria do turismo, mantém suas tradições e gera calor, graciosidade e bondade para todos seus visitantes.

 

 

DICAS DE VIAGEM CUSCO
O QUE FAZER EM CUSCO

 Decidimos colocar neste post somente atrações da cidade de Cusco. Nosso trekking via Salkantay e a visita à cidade inca Machu Picchu estão no artigo específico do destino “Machu Picchu”. Não deixe de visitá-lo!

PLAZA DE ARMAS – Como em quase todas as cidades colonizadas por espanhóis, Cusco também tem sua Plaza del Armas. Pessoas passam o tempo  descansando em seus bancos, turistas tiram fotos e examinam mapas, lojinhas comercializam tudo o que podem e pessoas oferecem desde passeios a Machu Picchu até massagens relaxantes. História, cultura e uma bela paisagem se encontram na Plaza de Armas de Cusco. Quase tudo acontece nela e em volta dela!

 

CATEDRAL DE CUSCO – Além das fotos externas, que com certeza você irá tirar, não deixe de fazer o tour pela belíssima Catedral de Cusco. Com três naves e doze capelas em seu interior, a catedral é rica em imagens, quadros, ouro e prata. Seu tamanho colossal e a riqueza de detalhes impressionam, garantindo o título de uma das maiores catedrais do mundo. Não é permitido tirar fotos dentro dela. A entrada custa PEN 25.

MONUMENTO A PACHACUTEQ – Pachacuteq, que em quéchua significa “Aquele que muda a Terra”, é o nome simbólico de Tito Cusi Yupanqui. Pachacuteq foi o iniciador da expansão imperial dos incas. Ele soube organizar todos os povos andinos para criar um Estado produtivo e expansionista como não houvera até então na América do Sul. Por isso, foi Pachacuteq um verdadeiro divisor de águas na história do estabelecimento da etnia inca na região andina.

IGLESIA DE LA COMPAÑIA DE JESUS – A Iglesia de la Compañia de Jesus é um exemplo da arquitetura barroca andina. Sua construção foi iniciada em 1576, mas foi danificada gravemente em um terremoto em 1650. A igreja foi  reconstruída e terminada quase duas décadas mais tarde. A obra de arte mais notável da igreja é uma pintura que representa o matrimônio de Martín García de Loyola.

PADDY’s PUB (pub irlandês) – Dentre as casas noturnas na Plaza de Armas, a mais badalada é o Paddy. Muito frequentado pelos turistas, o Paddy afirma ser o maior pub irlandês do mundo, fora da Irlanda. Nele você, frequentemente, encontrará muitos europeus e americanos. Peça, gratuitamente, um pôster do Paddy’s Pub como lembrança da sua visita. Este também é o melhor lugar para assistir a jogos de futebol. Na verdade, não chegamos a ir ao Paddy, mas não deixaríamos de compartilhar com você uma dica desta.

 

MERCADO DE SAN PEDRO – Bem perto da Plaza de Armas está um dos locais mais visitados de Cusco, o mercado de San Pedro. É um lugar muito pitoresco e animado, que irá mantê-lo entretido por horas. Ele abriga um grande número de barracas de comida, com seções inteiras dedicadas exclusivamente a frutas, sucos de frutas, lanches e refeições preparadas. Se o tempo estiver frio, uma das melhores opções é o caldo de cabeça de cordeiro, iguaria peruana. Mas se estiver calor, você pode desfrutar de um delicioso ceviche. Assim como em outras cidades, os mercados municipais são os melhores locais para se ver a vida cotidiana dos moradores locais e da região.

 

 

PASSEIOS NOS ARREDORES DE CUSCO – Todos os pontos turísticos anteriormente apresentados estão na cidade de Cusco, e são possíveis de serem feitos por conta própria. Porém, para que se conheça locais nos arredores da cidade, mais especificamente falando, o Valle Sagrado, você terá que ir a uma agência de turismo e contratar os passeios de sua preferência. Conhecemos a Machu Picchu Agency por acaso, compramos todos os nossos passeios com ela e recomendamos a todos esta agência de turismo. Eles são super amáveis, extremamente profissionais e têm ótimos preços. A Machu Picchu está localizada na Rua San Juan de Dios, 268, perto da Plaza de Armas.

 Não contrate nenhum passeio com antecedência, deixe para fazê-lo pessoalmente em uma agência de turismo, em Cusco!!! Você irá gastar muito mais se fechar seus passeios em seu país. Só para se ter uma noção, o Trekking Salkantay e Machu Picchu custará US$ 150 a mais. Sempre há vaga em algum grupo e você dificilmente ficará de fora.

Compramos os seguintes pacotes:

• Ruínas de Sacsayhuaman, Q’enqo, Pukapukara e Tambomachay (meio dia, PEN 15 por pessoa)
• Valle Sagrado (1 dia, Van exclusiva para nós – PEN 280 para cinco pessoas)
• Trekking Salkantay e Machu Picchu (5 dias, US$ 212 por pessoa)

Exceto para o último passeio, o da trilha, que é relatado neste site no post da cidade Machu Picchu, todos os outros exigem a apresentação de um “Boleto Turístico”. Esse boleto não está embutido no preço cobrado pela agência, tem que ser pago a parte. Fomos então comprá-lo no prédio da Municipalidad del Cusco, que fica em frente à casa de câmbio Lac Dolar.  Existem dois tipos de boletos: o Parcial, que custa PEN 70 e dá direito a entrar em quatro locais; e o Geral, que custa PEN 130 e lhe permite ingressar em todos. Estudantes estrangeiros pagam PEN 70 no boleto Geral. Leve a sua carteira internacional de estudante. Compramos o boleto Geral.   A Salineira de Maras é o único ponto turístico que o boleto não vale e você terá que pagar PEN 10 para entrar.

Assim que você adquire o Boleto Turístico de Cusco é preciso assiná-lo, tornando-o pessoal e intransferível. O guia inclusive nos aconselhou levar um documento de identificação, no caso de alguém pedir. Cada vez que você visita um dos lugares, eles fazem um furinho indicando que você esteve no local. O Boleto Turístico é válido por dez dias a partir da data da aquisição e pode ser usado uma única vez em cada atração.

Todos os passeios foram ótimos! Além da beleza de cada um dos lugares, foi de grande valia as histórias contadas pelos guias, que nos dois primeiros passeios eram também o motorista da Van.

SACSAYHUAMAN – As ruínas de Sacsayhuaman, antes uma fortaleza para defender o Império Inca de tribos invasoras, impressionam pelas enormes pedras que nos fazem pensar: como elas chegaram ali e como foram assentadas com tamanha perfeição? Localizada 2 km ao norte de Cusco, sua construção foi iniciada pelo inca Pachacuti, antes de 1438. Da fortaleza se observa a vista panorâmica dos arredores, incluindo a cidade de Cusco.

 

Q’ENQO – Q’enqo, um sítio arquelógico que, na época do império inca, foi um local dedicado a rituais. Localizado a 4 km a noroeste de Cusco, possui as pedras esculpidas que não puderam ser destruídas pelos espanhóis. Pouco sobrou das trilhas e aquedutos, e já não estão os gabinetes, os depósitos e nem os banhos litúrgicos. Estes conjuntos foram, sem sombra de dúvida, santuários certamente muito importantes para os incas. Apesar da destruição sofrida por este complexo durante a colônia, o que pode ser visto no interior do complexo ainda é impressionante e colossal.

 

TAMBOMACHAY – Localizado a 5 km de Cusco, o sítio arqueológico de Tambomachay foi um local destinado ao culto à água (banhos dos incas) e também para que o chefe do Império Inca pudesse descansar. É composto de uma série de aquedutos e várias cascatas de água que correm pelas rochas. Houve em Tambomachay uma espécie de jardim real, cuja irrigação provinha de um complicado sistema de canais feitos especialmente para esta função.

 

Depois de visitarmos o sítio arquelógico, logo na saída de Tambomachay, encontramos uma senhora com sua filha e duas llamas, que nos proporcionaram lindas fotos (dando uma gorjetinha, é claro!).

CIRCUITO VALLE SAGRADO – Perto de Cusco, há vários sítios arqueológicos localizados no Vale do Rio Urubamba, que é conhecido como Valle Sagrado dos incas. O Valle Sagrado é composto por diversos destes sítios. Para o nosso passeio escolhemos os seguintes locais: Pisac, Salinas de Maras, Moray e Ollantaytambo. O passeio pelo Valle Sagrado é o segundo mais popular do Peru, perdendo apenas para Machu Picchu. Custa barato e é incrível!

A nossa ida ao Valle Sagrado não foi feita juntamente com um grupo de turistas. Como estávamos em cinco pessoas, o dono da agência fez uma proposta e achamos mais interessante fretar uma Van somente para nós. O valor do passeio ao Valle Sagrado juntamente com um grupo de turistas custa PEN 40 (com choro! preço normal=70) por pessoa. A diferença do valor compensou pela privacidade e pela liberdade que tivemos em escolher o tempo de permanência em cada ponto que paramos. A Van nos pegou no hostel às 8h e nos deixou de volta às 19h.

 Não aconselhamos ninguém alugar um carro e fazer o passeio do Valle Sagrado dirigindo. O percurso é longo e as estradas são repletas de curvas perigosas beirando penhascos, exigindo muita perícia e grande conhecimento por parte do condutor. Quanto a ir de táxi, também não arriscaríamos. A maior parte dos taxistas está habituada a dirigir somente dentro de Cusco.

Pisac – Distante 33 km de Cusco, o Parque Arqueológico Nacional de Pisac consiste em diversos agrupamentos arqueológicos: plataformas, aquedutos, caminhos associados a muralhas e fachadas, cursos de água canalizados, cemitérios, pontes, etc. Predominam neste local terraços agrícolas. Pisac era usado como centro cerimonial e residencial dos incas.

SALINAS DE MARAS – O Peru é um país com mais de 10 mil anos de história, cheio de encantos e mistérios. As Salinas de Maras são mais uma marca do Império Inca na região. As Salinas estão situadas na província de Urubamba, a 1 km a oeste da cidade de Maras, que fica 40 km ao norte de Cusco. É impressionante pensar que há cerca de 20 milhões de anos toda essa região ficava debaixo d’água e então quando a Cordilheira dos Andes se levantou formaram-se os bancos de sal. As Salinas de Maras estão a uma altura de 3.380 metros e são acessíveis apenas por uma estrada de terra à beira de um penhasco. Na parte de cima na estrada, o cenário já impressiona. Muitas famílias sobrevivem desta atividade. Cada um de nós pagou PEN 10 para entrar nas salinas, uma vez que o boleto turístico não dava direito a esta atração.

MORAY – O Complexo Arqueológico de Moray localiza-se a 74 km da cidade de Cusco, a 3.500 metros acima do nível do mar. A área arqueológica destaca-se porque mostra uma série de singulares plataformas circulares que parecem anfiteatros. A maior apresenta 12 terraços com uma profundidade de 100 metros. Para os pesquisadores, os terraços circulares de Moray funcionavam como um centro de pesquisa agrícola, onde cada nível oferecia um ambiente climático diferente e servia para cultivar variadas plantas de forma experimental.  Estes terraços foram construídos sobre muros de contenção cheios de terra fértil. Eram regados por meio de complexos sistemas de irrigação. No fundo dos terraços, existe um sistema de armazenamento de água proveniente das chuvas. Em todo este sistema foram cultivadas com êxito mais de 250 espécies vegetais.

Outros estudos indicam que o lugar foi empregado para a observação astronômica e monitoramento de mudanças climáticas, tudo mediante o acompanhamento da luz solar e das sombras que apareciam das altas montanhas nesta área.

 

A proprietária do hostel que ficamos em Cusco, a Sônia, nos aconselhou sentar por alguns minutos em um dos terraços de Moray, relaxar e sentir o vento suave bater no rosto. Disse que com isso receberíamos uma carga de energia (boa!) muito forte. Não acreditamos que tenha sido psicológico, mas nós cinco fizemos, em momentos diferentes da visita a Moray, o que a Sônia falou e todos pudemos constatar algo indescritível acontecer com cada um de nós. Saímos de Moray numa paz de dar gosto!

OLLANTAYTAMBO – O Complexo Arqueológico Ollantaytambo está localizado a 80 km de Cusco e a 40 km de Machu Picchu. A palavra Ollantaytambo surgiu da combinação de duas outras palavras: Ollantay,  que significa observar, olhar desde o alto e Tambo, que significa albergue, lugar de repouso. Portanto, Ollantaytambo significa “lugar de descanso de onde se pode observar desde o alto”. Alto mesmo, já que a cidade fica a 2792 metros de altitude! Acredita-se que, há muitos séculos, a cidade servia como ponto de descanso para aqueles que seguiam no caminho sagrado de Cusco até Machu Picchu.

Quando falamos de antigas cidades incas, sempre vamos lembrar de lugares abandonados e hoje em ruínas, como Moray, Pisac, Machu Picchu e tantos outros. No entanto, Ollantaytambo nunca foi desocupada, mesmo com a invasão dos colonizadores espanhóis. A cidade permaneceu habitada durante todos esses anos, ininterruptamente. Muitas das construções mais contemporâneas foram edificadas sobre as antigas estruturas da cidade, remanescentes dos tempos incas. Ollantaytambo foi se remodelando, adaptando e renascendo. Na saída do complexo arqueológico há uma porção de barracas com muita coisa bacana para se comprar. Faz parte do passeio. Regressamos ao hostel após o passeio de Ollantaytambo. Exaustos, cansados de tanto subir e descer degraus, apagamos na hora de dormir.

 

TREKKING SALKANTAY e MACHU PICCHU – Eram 19h30, quando um funcionário da agência de turismo apareceu no hostel, em Cusco, para combinar conosco como seria nossa ida à cidade perdida dos incas. Disse que por volta das 4h30 do dia seguinte outro funcionário da agência retornaria ali para nos levar à Plaza San Francisco, o ponto de encontro, em Cusco, de todos os que iniciariam a trilha…   APÓS CONCLUIR LEITURA DO POST DE CUSCO, VÁ AO DESTINO “MACHU PICCHU” E CONFIRA A NOSSA AVENTURA. VOCÊ GOSTARÁ!

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INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA SUA VIAGEM

Visto – Brasileiros não precisam de visto para estadas a turismo de até seis meses no Peru. Apenas necessitam apresentar passaporte com, no mínimo, três meses de validade. Mais informações, consulte os sites Mundo dos Vistos e Do you need VISA.

População – Por volta de 300 mil habitantes.

Idioma – A língua principal e oficial no Peru é o espanhol (castelhano), falado em todas as partes do país. Duas outras línguas proeminentes deste país são o quéchua (a língua do Império Inca) e o aimara. Falar pelo menos algumas frases em espanhol ou tentar aprender é muito apreciado pelos peruanos.

Moeda – A moeda local é o Novo Sol (PEN). Consulte a taxa atualizada. Trocar dinheiro em Cusco é fácil! No entanto, aconselhamos não trocar dinheiro com cambistas de rua, procure sempre bancos e casas de câmbio. Nós trocamos nossos Reais na Lac Dolar, que fica na Avenida El Sol, 30 metros da Plaza de Armas. É o lugar que todos indicam, por ter boa cotação para câmbio e também por ser de confiança. Há muitas lojas na Plaza de Armas que fazem câmbio, mas não vale a pena!

 

Independentemente de onde tenha escolhido para cambiar, conte seus PEN cuidadosamente e confira se não recebeu nenhuma nota falsa. Dizemos isto porque há muitas notas falsas circulando no Peru!  Veja na figura abaixo algumas dicas de como identificá-las.

Vacinas – A vacinação contra Febre Amarela é necessária se você viajar para a bacia Amazônica. As inoculações levam de dez a 14 dias. Portanto, planeje com antecedência. O mesmo conselho se aplica para a Malária.

Eletricidade e Tomadas – Todo o país opera em correntes de 220 volts. Faltas de energia são comuns no Peru. Por isso, se você tem prazos de trabalho para cumprir, tente não procrastinar por muito tempo, pois pode se encontrar sem energia e sem internet. Quanto às tomadas, grande parte do norte do Peru opera com os tipos A e B, padrão dos Estados Unidos. Já a maior parte do sul usa  as tomadas do tipo C.

  

QUANDO IR A CUSCO / MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR CUSCO

Cusco está situada na Cordilheira dos Andes, a 3.400 metros acima do nível do mar.  A temperatura média anual é de 11 °C, enquanto que nas áreas de floresta é superior a 25 °C. Em Cusco chove, em média, 102 dias por ano.

A maioria das pessoas, se tiver escolha, prefere ir na estação seca, de maio a outubro. Os melhores meses para caminhadas/trekking são abril, maio, setembro e outubro, que é quando se está fora da estação chuvosa e também não está muito frio. É também um bom momento para ir à Amazônia, especialmente no início da estação seca.

Se você escolher a estação chuvosa (novembro a março), poderá encontrar voos mais baratos. Em geral, as manhãs são claras e quentes, mas a nuvem se acumula durante o dia e a chuva pode chegar à tarde.  Devido à elevada altitude, o ar de Cusco é bastante fresco, mesmo no verão.

HOSPEDAGEM

Devido ao grande número de turistas que visitam Cusco a cada ano, a concorrência por hotéis é enorme! Isto possibilitou opções de hospedagem para atender a todos os bolsos, variando de pequenas pensões familiares e albergues para mochileiros a hotéis de luxo cinco estrelas. Para pesquisar e reservar nossas hospedagens, costumamos utilizar o Booking e o Hostelworld (para hotéis e hostels) e o Airbnb (para estúdios e apartamentos).

TRANSPORTE

O Aeroporto Internacional Teniente Alejandro Velasco Astete (CUZ) dista 6 km da Plaza de Armas de Cusco. As duas melhores opções são táxi e Uber. Em se escolhendo táxi, ainda há duas opções também: os que estão esperando no estacionamento do aeroporto (credenciados) e os que ficam fora do aeroporto. Uma corrida até a Plaza de Armas com táxis credenciados custa em torno de PEN 15. Eles lhe pedirão PEN 20 e você deverá negociar. Já se você andar 50 metros conseguirá encontrar muitos táxis não credenciados no aeroporto, e aí esta corrida cairá para PEN 10. Nós havíamos lido esta dica em outro blog e acabamos pegando um táxi fora do aeroporto. Carro simples, como a maioria no Peru, mas uma corrida extremamente agradável e tranquila.   O valor é da corrida e não por passageiro; Malas não devem ser cobradas a parte; PEN 10 custa a corrida (todos os tipos de táxi) Plaza de Armas – Aeroporto.

 

Exceto para ir aos passeios do Valle Sagrado, a melhor maneira para se locomover no Peru é de táxi. Certifique-se de negociar o preço antecipadamente, já que a maioria dos táxis no Peru não possuem taxímetros. Quando estão em busca de passageiros, alguns taxistas colocam a mão esquerda para fora e balançam uma espécie de toalha, enquanto mantêm a mão direita calcada na buzina. É a maior festa!

Em cusco, em função do pouco movimento, não existe tuque-tuque. Ônibus também não são recomendáveis!

SAÚDE

Beba muita água para evitar a desidratação. A baixa pressão do ar em altitude tem efeitos diuréticos, assim como o calor e a umidade da Amazônia. Além disso, beba água engarrafada, tratada ou previamente fervida. A água do Peru, embora clorada e relativamente segura, pode causar ligeira indisposição gástrica.

Aclimatize-se: Descanse por algumas horas na chegada a Cusco e não faça esforços nos dois primeiros dias.  Logo no desembarque, você poderá sentir um mal-estar. Quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar, e pior nos sentimos. Nossa respiração fica mais rápida, os batimentos cardíacos aumentam, falta ar e dói um pouco a cabeça, enquanto o nosso corpo tenta se habituar às novas condições climáticas. Este mal-estar é chamado de “Soroche”!  Para aliviar os sintomas, tome chá de coca (ou masque folhas dela) e tome um remédio chamado Sorojchi Pills. Ele é barato e é encontrado em quase todas as farmácias de Cusco.

Coma refeições leves, com alto teor de carboidratos e baixo teor de gordura e proteína. Jante cedo, permitindo o tempo de digestão pré-sono. Evite ou minimize o consumo de cigarros e álcool e evite pílulas para dormir. Evite comer de vendedores de rua, a menos que você possa ver que a comida é preparada na hora, intocada e servida em pratos limpos.

Leve seus medicamentos de uso contínuo (se tiver) e, por precaução, os que podem ser úteis durante sua estada nesta cidade, já que no exterior é difícil comprar remédios sem receita médica. 

CULTURA E COSTUMES

Quéchuas – Em uma viagem ao Peru, você provavelmente encontrará a palavra “quéchua”. Os quéchuas são descritos como descendentes diretos dos incas. Atualmente, são formados por vários grupos indígenas espalhados pela América do Sul. A cultura quéchua tem presença marcante na música, dança, vestuário, gastronomia e idioma da região andina no Peru. As mulheres geralmente usam saias e anáguas, enquanto os homens se vestem com ponchos multicoloridos. Para fazer estes têxteis, a lã de lhamas, alpacas e ovelhas é fiada, tingida e tecida em belos cobertores e roupas. Esses tecidos exibem padrões e desenhos intrincados que comunicam símbolos e mitos de grande importância local.

Fotos de nativos – Se você tirar uma foto de alguém em trajes nativos/indígenas, esteja preparado para pagar. No Peru, muitas vezes você verá mulheres (às vezes homens também) vestindo roupas indígenas ou tradicionais andinas. Isto não é porque eles gostam de se vestir assim. É como eles frequentemente ganham a vida. Eles são considerados parte da “experiência turística”. Se você tirar uma foto e não pagá-la, a pessoa irá querer receber pela experiência de fotografá-la ou posar com você em uma foto. Nossa sugestão é só tirar fotos com eles se estiver disposto a desembolsar alguns trocados. Eles costumam exigir PEN 5 para uma foto. Combine antes para não ter problemas depois.

Religião – A religião no Peru é uma herança da conquista espanhola. Também por esta razão é que o Peru é um país de maioria católica (75%). Há também muitos peruanos prestando culto ao Sol, à Pachamama (Mãe Terra) e aos elementos da natureza. A população peruana é muito religiosa, sendo baixíssima a porcentagem de ateus e agnósticos declarados. A atividade religiosa em Cusco e Machu Picchu é culturalmente importante e é bem por isso que muitos turistas enxergam estes locais como “centros de energia” no mundo.

 

Cuy – A cultura andina também se reflete na culinária local. A aparência do cuy (porquinho da Índia no Brasil) em um cardápio de restaurante pode ser um choque para viajantes despreparados. Os cuys não são considerados animais de estimação no Peru, mas, sim, uma iguaria deliciosa!  Comer cuy é uma tradição dos tempos incas, quando o roedor servia de alimento à realeza. O cuy pode ser pedido grelhado, assado ou frito, servido inteiro ou cortado em pedaços menores. Ocasiões especiais são celebradas com fartura de cuys.

Toritos de Pucara – Colocar dois tourinhos de cerâmica com uma cruz no meio deles sobre os telhados das casas é um costume dos povos andinos do Peru.  É um hábito que existe em todo o país, mas onde mais se vê estes tourinhos é no sul do Peru, nos departamentos de Cusco, Puno, Ayacucho e Apurimac. Por terem sido criados em um “pueblo” chamado Pucara é que este ornamento místico recebeu o nome de “Toritos de Pucara”. Acreditam que a colocação destes tourinhos sobre o telhado de uma casa venha a trazer proteção, energia, felicidade e fertilidade a todos os que nela habitam. Razão pela qual é possível vê-los em uma grande quantidade de casas no Peru.

O motorista que nos levou ao Valle Sagrado disse que a cruz que há nos Toritos de Pucara serve para manter as forças negativas e os espíritos malignos longe das casas, e que sob aquele teto vive uma família cristã. Hoje em dia, fabricantes de Toritos de Pucara colocam ainda jarros de cerâmica, para que aos moradores haja água em abundância. Disse também que é costume no sul do Peru alguém construir uma casa e, na hora de cobrir, convidar um padrinho para patrocinar ($) o telhado. Uma vez a casa coberta, os Toritos de Pucara são chumbados sobre o telhado e o dono da casa dá uma festa à família do padrinho e aos vizinhos mais próximos.

“Horário peruano” – Quando se trata de eventos sociais, pode ser útil saber que muitas pessoas no Peru vivem no “Horário peruano”. Em outras palavras, a norma cultural é chegar atrasado! Se você planeja encontrar seus novos amigos peruanos para o jantar às 19h30, é bem provável que eles apareçam perto das 20h. Porém, quando se trata de partidas de ônibus, aviões ou trens, negócios oficiais, horários combinados num grupo de turistas, é melhor respeitar o que estiver marcado!

Comunicação – A verdadeira experiência cultural começa quando você encontra uma barreira de idioma. Antes da sua viagem, é uma boa ideia familiarizar-se com algumas frases em espanhol. Não se preocupe, os peruanos, que são extremamente educados, terão o máximo prazer em ajudá-lo.

SEGURANÇA

Cusco é uma cidade pacata e há polícia em toda parte! Devido ao turismo ser a maior fonte de receita para Cusco, a segurança dos turistas é de suma importância. Em se tratando de uma cidade turística, Cusco até que é uma cidade tranquila em se tratando de segurança. Seus moradores são simples, educados (faço questão de repetir isto) e sabem tratar muito bem seus visitantes. No entanto, Cusco requer os cuidados que qualquer cidade da Europa também exige de seus turistas. Ficamos sete dias lá e em todos eles, de dia e de noite, caminhamos tranquilamente pelas ruas do Centro Histórico.

A única ressalva que temos é com os taxistas: Evite pegar táxi sozinho, principalmente se for mulher! Por informações passadas por um funcionário do hostel, é correr o risco de ser assaltado.

Recomendamos deixar o passaporte original guardado no hotel e andar somente com a cópia das páginas de identificação. No dia de conhecer Machu Picchu, aí, sim, você deverá levar o passaporte para carimbá-lo (veja post do destino Machu Picchu). 

ALIMENTAÇÃO

Experimente a variada culinária do Peru. Ela evoluiu, misturou-se e foi adaptada pelas várias culturas encontradas no país. Alguns dos principais exemplos incluem chifa (fusão peruana+chinesa) e nikkei (fusão peruana+japonesa). Você também descobrirá que os pratos variam de acordo com a região geográfica, resultando em alimentos costeiros, andinos e de selva.

O Peru já ganhou o World Travel Award por seis anos seguidos como o melhor destino culinário do mundo.

O país desfruta de uma variedade incrível de frutas e legumes, incluindo 2 mil tipos de batata. Os peruanos adoram particularmente o ají (pimenta) e o ajo (alho). Há uma grande variedade de especiarias, com cada região ostentando sua própria culinária distinta.

A comida peruana consiste principalmente de sopas e ensopados, panquecas de milho, arroz, ovos e legumes. Frutos do mar é comum, mesmo em locais de muita altitude.

Há em Cusco uma rua que tem muitos restaurantes, a “Calle Plateros“. O interessante é que indo a essa rua você poderá comparar as opções e preços de diversos restaurantes, pois estão todos próximos. Por duas vezes, acabamos jantando no Amalur (Calle Plateros, 323), seguindo a recomendação da proprietária do hostel. No almoço, também fomos por duas vezes comer ceviche no La Fábrica (Calle Procuradores 341 2° andar).

Veja a seguir alguns dos principais pratos da comida peruana. Estando você em qualquer cidade do Peru, não deixe de prová-los.

Ceviche – Sem dúvida, o prato de frutos do mar mais popular do Peru. É feito com peixe cru, curado em limão siciliano. O peixe é então servido com milho branco, batata doce, coentro, pimenta e cebola roxa. Ceviche está para os peruanos como a feijoada está para nós brasileiros. Só tome cuidado para não comer uma rodela de pimenta Habanero pensando que é pimentão. Fiz isto quando comi ceviche pela primeira vez e ardeu muito!!!

Cuy – Alguns dos restaurantes mais sofisticados apresentam o cuy como uma iguaria, mas a melhor maneira de capturar o sabor dele é comprá-lo de um vendedor ambulante. Aos finais de semana, incontáveis cuys são vendidos à beira das principais vias das cidades.

Lomo Saltado – Este é um dos pratos emblemáticos da culinária crioula peruana. É composto por pedaços de carne, acompanhados de batatas fritas, cebola, tomate e pimenta verde. Durante a preparação, a carne é frequentemente flambada na panela, o que lhe confere um sabor extra especial. Costumeiramente, é servido com arroz branco.

Ají de Gallina – Mais um prato da culinária crioula, o Ají de Gallina é feito com carne de frango picada em pequenas tiras e cozida em um saboroso molho cremoso. Seus principais ingredientes são fango, ají e leite. É acompanhado por batatas cozidas e arroz branco, e decorado com ovo cozido e azeitonas.

Pachamanca – É um prato peruano de origem pré-hispânica, que consiste em vários produtos nativos colocados em um buraco no chão e forrado de pedras quentes, que, lentamente, cozinham os ingredientes. A Pachamanca tradicional usa carne bovina, carne de carneiro, carne de porco e aves. Também inclui batatas, batata doce, tubérculos andinos e outros ingredientes. É um prato de profundo significado cultural e tradicional e está intimamente associado aos ritos andinos, como o “pagamento à Mãe Terra”.

Chicharrón – Significa pedaços crocantes de carne ou peixe. O chicharrón clássico usa porco cozido por um longo período em sua própria gordura. O Chicharrón de frutos do mar é preparado usando peixe e marisco.

Principais bebidas

Pisco sour – Este coquetel tipicamente peruano é preparado com pisco, suco de limão e açúcar ou xarope. Dependendo do seu gosto, o pisco sour (pronuncia-se “sauer”) pode ser doce ou “seco”. Seco é quando ele tem pouco açúcar e o limão passa a ser o sabor dominante.

Chicha morada – A Chicha morada é uma bebida doce feita a partir da fermentação do milho roxo, uma das variedades nativas do Peru. É aromatizada com frutas, canela e cravo. Recentemente, começou a ser usada como ingrediente em coquetéis criativos e até em sobremesas. Ela lembra bastante a garapa (caldo de cana) brasileira.

Inca Kola – É um refrigerante criado pela companhia Lúcia-lima, do Peru. A empresa, que já foi 100% peruana, hoje conta com 49% de suas ações nas mãos da Coca-Cola Company. É, sem sombra de dúvidas, o refrigerante mais bebido no Peru.

Cerveja Cusqueña – Se pensarmos em uma lista de cinco marcas de cerveja peruana, é praticamente impossível não pensar em Cusqueña. Com mais de cem anos no mercado, é a única marca que possui diferentes variedades de sabores como: dourado, preto, trigo, vermelho e o mais recente, quinoa. Bebemos e aprovamos a consagrada Cusqueña.   Você pode andar com sua cerveja pelas ruas e praças no Peru que nenhum policial se importará.

Em se tratando de gorjetas, dê 10%, que é o percentual cobrado por quase todos os restaurantes no Peru. Lembre-se sempre que “a generosidade excessiva na gorjeta torna o serviço contraproducente”.

SOUVENIRS

Cusco não exige luxo! Leve o dobro do dinheiro e metade da quantidade de roupas que você acha que precisa. Há uma abundância de mercados para se comprar roupas (se necessário). Você só precisará de uma roupa de luxo se planejar ir a um restaurante chique. Como recompensa, sentirá o benefício de uma mochila mais leve e terá mais espaço para souvenirs. Diversos são os locais para comprar presentes e lembrancinhas, sendo que os mais procurados são: o Mercado São Pedro; as lojas nas galerias que circundam a Plaza de Armas; e também as barracas existentes em cada parada do passeio “Valle Sagrado dos incas”.

 Evite comprar muita coisa em Cusco se você programou de ir a Machu Picchu caminhando (trekking) e não tem onde deixar as suas bagagens! Há limite de peso para as mulas (e pra você também!) carregarem. Saiba mais sobre isto no post de Machu Picchu.

 

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