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Patagônia Argentina

Patagônia Argentina

Planejando sua viagem à PATAGÔNIA ARGENTINA

Apresentamos a seguir as experiências que tivemos em duas cidades da Patagônia Argentina: El Calafate e El Chaltén. Juntamente com nosso filho e nossa nora, visitamos as geleiras azuis dos glaciares de El Calafate e percorremos trilhas incríveis na pacata El Chaltén. Belezas indescritíveis! Como tínhamos disponibilidade para somente uma semana, acabamos escolhendo estes dois destinos. Da mesma forma como fizemos, turistas do mundo todo vão para a Argentina só para ver as paisagens únicas e impressionantes da sua Patagônia. Procure você também fazer esta viagem. Super recomendamos!

Casal VisiteiGostei



SOBRE A PATAGÔNIA ARGENTINA

A Patagônia Argentina é uma área geográfica que abrange a parte mais meridional da América do Sul. Uma região famosa por imponentes picos montanhosos, uma vida selvagem e cativante e uma paisagem que alterna entre campos desertos, glaciares e lagos silenciosos e cintilantes. Com uma densidade demográfica de 1,5 habitante por km², a Patagônia Argentina é uma das regiões menos povoadas de toda a América do Sul. Grande parte da Patagônia Argentina é caracterizada por paisagens virgens nas quais a mão do homem não está presente.

Glaciar Perito Moreno, El Calafate

Glaciar Perito Moreno, El Calafate

Riacho ao lado da trilha, El Chaltén

Riacho ao lado da trilha, El Chaltén

Mesmo pertencendo à Argentina, as cidades que fomos estão muito distantes da capital deste país. Só para se ter uma ideia, são 2.000 km de São Paulo a Buenos Aireis e 2.750 km de Buenos Aires a El Calafate. Optamos por um voo das Aerolineas Argentinas, uma vez que ir de carro para lá requer experiência, bons mapas e navegadores e planejamento, pois há poucos postos de serviço e abastecimento. Não que seja impossível, mas tem que tomar cuidado para não se dar mal. Por fim, acreditamos profundamente que, neste caso, vale a pena viajar para tão longe.

Região patagônica  Região patagônica

DICAS DE VIAGEM PATAGÔNIA ARGENTINA
O QUE FAZER NA PATAGÔNIA ARGENTINA

EL CALAFATE

Situada à margem sul do Lago Argentino, a pequena cidade de El Calafate é a porta de entrada para dois ícones da Patagônia Argentina: o glaciar Perito Moreno e a vila montanhosa de El Chaltén. A cidade recebeu este nome de um arbusto espinhoso endêmico da Patagônia Argentina. O calafate é coberto de flores amarelas na primavera, depois de frutas suculentas e azedas no verão.

Planta que deu o nome à cidade

Arbusto espinhoso comum na Patagônia Argentina

O centro de El Calafate pode ser considerado um passeio, pois é um local que tem um charme todo especial, principalmente à noite. Restaurantes, lojas, bancos, agências de turismo, tudo isso está localizado na Av. Libertador. Está também nessa avenida o supermercado onde compramos alimentos para fazer os lanches dos nossos passeios e até os mantimentos que levamos para El Chaltén, uma vez que neste segundo destino os produtos são escassos e mais caros.

 

Aconselhamos você comprar seus passeios já no primeiro dia que estiver em El Calafate. Se for na alta temporada e sua viagem já estiver bem planejada, compre logo pela Internet. Seja precavido e evite correr o risco de não poder fazer algum passeio, pois a maioria deles em El Calafate têm vagas limitadas! Como fomos no final da baixa temporada, compramos os passeios “Passarelas Glaciar Perito Moreno” + “Mini Trekking no Perito Moreno” na própria agência de viagens Hielo & Aventura, na Av. Libertador, 935 – Centro. O passeio “Rios de Hielo”, que é o cruzeiro com navegação para ver glaciares, foi comprado em outro lugar, o qual não lembramos o nome (nossas desculpas pelo esquecimento!). Há diversas agências que vendem as excursões, todas com preços tabelados. O próprio pessoal da Hielo & Aventura lhe orientará alguma loja pertinho dali. Caso queira comprar Rios de Hielo pela Internet, clique aqui.

Agência de viagens Hielo & Aventura, em El Calafate

 Muitos dos passeios acontecem dentro do Parque Nacional los Graciares. Com isso, para fazê-los você terá que desembolsar mais alguns pesos argentinos, pois o ingresso não é cobrado nos pacotes. A entrada custa em torno de AR$ 700 (US$ 18) e deve ser paga na bilheteria do parque. Se você é proveniente de algum país do Mercosul o valor cai pela metade. Crianças de 6 a 12 anos pagam 25% do preço e menores que 6 anos não pagam. Toda a arrecadação é utilizada na manutenção do Parque Nacional los Graciares. Consulte os valores vigentes.

Parque Nacional los Glaciares, 80 km (uma hora e meia) de El Calafate

PASSARELAS GLACIAR PERITO MORENO – Na zona sul do Parque Nacional Los Glaciares, Perito Moreno é a mais famosa de todas as geleiras, o maior cartão-postal da região. Perito Moreno deve esta fama à sua beleza, acessibilidade e também ao seu movimento contínuo, que produz um fenômeno cíclico de avanço e recuo com espetaculares destacamentos de sua frente de gelo. Esta geleira nos surpreende com sua majestade e grande beleza, sendo considerada pelos argentinos a 8ª maravilha natural do mundo. Veja cada foto linda que tiramos!

Este passeio, com o traslado Hotel-Parque-Hotel, custa por volta de AR$ 1.300 (US$ 35) e tem duração de uma hora e meia nas passarelas. Neste valor não está incluso o mini trekking. Mais a seguir, falaremos sobre os dois passeios numa mesma compra. Há restaurante no parque e o almoço é a parte.

 

Em frente ao glaciar Perito Moreno há passarelas que foram criadas para que todos os turistas possam apreciá-lo bem de perto, em total segurança. São 7 km de passarelas de madeira e de aço que contornam toda a Península de Magalhães em face à grande geleira. Dali se tem visões distintas do glaciar e todos ficam esperando o momento em que um grande bloco se desprenderá, fazendo um tremendo barulho. As passarelas para avistar o Perito Moreno podem ser exploradas de acordo com o gosto do freguês: para os idosos ou pessoas com dificuldades de locomoção, há rampas de acesso que permitem uma ótima visualização da parte central do glaciar e também de partes de suas laterais. Para quem não tiver problemas em descer (e depois subir) vários degraus, há passarelas que compõem diversas rotas de visitação. A rota principal, de nível fácil, deve ser feita por todos que visitam o local e as outras secundárias já devem ser exploradas por aqueles que têm mais preparo físico ou disposição para caminhada. Elas permitem chegar mais perto aos braços norte e sul do Perito Moreno.

 

 

O glaciar é parte de um conjunto de gelo patagônico, do qual ninguém ainda sabe como foi formado. Seu nome homenageia Francisco Moreno, diretor do museu da Sociedade Científica Argentina e explorador da região sul deste país.

 

Em sua parte mais alta, o Perito Moreno atinge 170 metros, dos quais 60 (prédio de 20 andares) se destacam fora da água. A geleira cobre uma área de 250 km² ao longo de um trecho de 30 km de extensão, com uma frente de 5 km de comprimento. É surpreendente, não?!

 

A cada quatro ou cinco anos, a geleira avança o suficiente para chegar às margens do Lago Argentino. A tremenda pressão criada pela água represada finalmente quebra a parede de gelo, causando uma ruptura maciça e enviando enormes fragmentos de geleiras para o lago. Todos os dias, grandes blocos da geleira caem no lago. Há passeios de barco que fazem os turistas aproximarem-se bastante do glaciar, podendo escutar um enorme estrondo e ver pedaços dele caindo na água toda vez que ocorre uma ruptura. A geleira pode ter uma bela vista, mas lhe aconselhamos não se aventurar chegando muito perto dela. Desde 1968, 32 pessoas morreram depois de serem atingidas por grandes pedaços de gelo. A melhor hora para ver a ruptura é à tarde, quando o sol aquece a geleira o suficiente para fazer com que grandes cacos de gelo caiam.

Mesmo com as rupturas, o glaciar Perito Moreno é um dos três únicos do mundo que cresce em vez de recuar. Por razões ainda não compreendidas pelos glaciologistas, a geleira não só cresce a uma taxa média de dois metros por dia, como também perde uma quantidade proporcional de massa a cada dia, assegurando que o equilíbrio da massa da geleira e tamanho permanece consistente durante todo o ano. Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1981, o parque atrai quase cem mil visitantes por ano, tornando-se uma das atrações mais populares da região.

  

MINI TREKKING SOBRE A GELEIRA – Tão fantástico como ficar cara a cara com o Perito Moreno é caminhar sobre ele! É maravilhoso poder apreciar suas fendas azuis, seus corredores e suas lagoas, sentir-se dentro da sua imensidão branca e ter o gostinho da sensação de aventura vivida apenas por experientes montanhistas em lugares extremos do continente. Imperdível!!!

Este passeio, que ocorre de agosto a abril, é comprado juntamente com o das passarelas. Somente o pessoal da Hielo & Aventura é autorizado a explorar o Perito Moreno, tanto para fazer o “Mini Trekking como o “Big Ice”, que adentra até o centro do glaciar e a caminhada sobre o gelo dura três horas e meia. O passeio é guiado em inglês ou espanhol, ficando a escolha do idioma por conta do turista. Pagamos AR$ 4.500 (US$ 116) do mini trekking o traslado Hotel-Parque-Hotel + as passarelas. Dura dez horas a excursão, sendo a manhã destinada às passarelas e a parte da tarde ao mini trekking. O tempo em si de caminhada sobre o Perito Moreno é de uma hora e meia. Também não inclui o almoço. Ah, não deixe de levar um recipiente para pegar água direto da geleira, pois esta caminhada dá uma sede danada.

Quem não pode fazer: Crianças até 10 anos, idosos (acima de 65 anos), gestantes, obesos, pessoas com doenças cardíacas ou com alguma outra que dificulte a capacidade respiratória.

Relato do Passeio: Após as passarelas e o almoço (ou lanche…), os guias nos levaram para o porto Bajo de Las Sombras, de onde fizemos uma viagem de barco por cerca de 20 minutos, cruzando a parte do lago conhecida como Brazo Rico.

Porto Bajo de las Sombras

Embarque no catamarã

 

 

Uma vez do outro lado do lago, desembarcamos e acessamos um refúgio, onde os guias organizaram os grupos compostos cada um deles de até 20 pessoas. Em grupos separados, cada guia fez uma palestra introdutória sobre as próximas atividades e iniciou-se então uma caminhada em direção ao glaciar Perito Moreno. O trajeto se deu ao longo da margem do lago e durou 25 minutos.

 

  

Ao chegarmos ao glaciar, todos do grupo receberam os grampones (sandálias com pontas de ferro), que foram colocados pelos guias de montanha.

 

Foram dadas instruções de como andar na geleira e o grupo partiu para caminhar sobre o glaciar Perito Moreno. A superfície que caminhamos era irregular, mas firme e segura. O guia da montanha nos forneceu interessantes informações sobre a geleira. Especialistas consideram este trekking como sendo de média dificuldade.

 

  

 

 

  

 

 

Caminhamos uma hora e meia no glaciar, o tempo suficiente para tirarmos muitas fotos e maravilhar-nos com as formas fascinantes e infinitas de um gelo centenário. No final do passeio, foi servido whisky com gelo da própria geleira. Muito bacana!

 

RIOS DE HIELO (CRUZEIRO PELOS GLACIARES) – Trata-se de um cruzeiro turístico que navega pelo Lago Argentino para que as pessoas possam ver de perto e contemplar a magnitude dos glaciares Spegazzini (130 metros de altura) e Upsala (54 km de superfície). Todos os glaciares do local formam o gelo continental da Patagônia, que é uma das mais importantes reservas de água potável do mundo. Experiência única e só encontrada ali, na Patagônia Argentina!

Glaciar Upsala

O passeio é tabelado e você poderá comprar em qualquer agência de viagens de El Calafate, ou, então, antecipadamente pela Internet. O valor do Cruzeiro + Traslado Hotel-Parque-Hotel é de AR$ 3.200 (US$ 90). Não há grau de dificuldade e pessoas de qualquer idade podem participar.

O ônibus passou às 7h em nossa hospedagem, posteriormente, pegou outros turistas e, após percorrer 50 km (uma hora), nos deixou no município Puerto Bandera, à beira do lago Argentino. Ali, pegamos um catamarã climatizado, com poltronas confortáveis e navegamos por quatro horas por este lago.

 

O frio do lado de fora incomodou bastante, mas não teve como ficar na área interna do barco se de lá não dava para ver direito as paisagens e nem tirar boas fotos. Leve um agasalho reforçado, touca/gorro e luvas! Também aconselhamos levar lanches, pois é caro comer no barco.

  

 Se você estiver com criança pequena no passeio, cuide bem dela porque o barco não tem proteção e ela pode cair na água com facilidade.

 

Durante a navegação vimos blocos de gelo incríveis, com azuis lindos, com um brilho fantástico que acreditávamos serem impossíveis de existir.

 

 

 

 

 

 

LAGUNA NIMEZ – Situada a cerca de 1,6 km do centro, a Reserva Natural Laguna Nimez é um lugar bonito e que vale a pena ser explorado. É um local com muitos pássaros em que se pode fazer uma agradável caminhada em um ambiente natural. A reserva está situada à beira de um grande lago glacial, o Lago Argentino. O lugar é cercado e as pessoas entram através de um pequeno centro de visitantes, onde é cobrada uma modesta taxa de admissão. Até 80 espécies de aves podem ser encontradas na reserva, um verdadeiro santuário de aves patagônicas. A trilha, que vai de 4 a 6 km ao redor da reserva, é feita às margens do lago. Nós, infelizmente, chegamos no finalzinho da tarde e não conseguimos ver as belezas com a claridade que gostaríamos. Aproveitamos o momento para contemplar o lindo por do sol que fazia e tirar fotos do entardecer. Eis algumas delas…

  

Na estrada, rumo a EL CHALTÉN

Partindo de El Calafate é possível chegar a El Chaltén de duas maneiras: carro ou ônibus. Com saídas de manhã e à tarde, a opção ônibus é mais econômica, mas tem a desvantagem de que o motorista faz apenas duas paradas durante o trajeto. Acredite, isto faz toda a diferença, já que a viagem até El Chaltén pela Ruta 23 é um dos pontos mais marcantes do passeio. Depois de cotarmos preços em algumas agências, acabamos alugando um carro pequeno na On Rent a Car, que fez um bom negócio e com pouquíssima burocracia. A agência fica na Av. Libertador, 183 – Centro. A diária do veículo, com quilometragem livre, acabou custando AR$ 700 (US$ 18).
Saímos de El Calafate e logo pegamos a mítica Ruta 40, uma das estradas mais importantes da Argentina, pois corta o país de norte a sul.

 

Durante o percurso nesta estrada, contornamos o belíssimo lago Argentino até visualizarmos a entrada para a Ruta 23. Não há como errar! Após 126 km, pegamos a Ruta 23 e nela fomos acompanhados à nossa esquerda pelo azul encantador do lago Viedma, com montanhas nevadas ao fundo e, à nossa direita, pedras rochosas esculpidas pelo vento. Desde o início da Ruta 23, já era possível avistar o monte Fitz Roy e o Cerro Torre.

 

Foi fácil dirigir pela Patagônia Argentina em meio a uma paisagem maravilhosa, sem pressa, numa pista boa, estrada bem sinalizada e demasiadamente tranquila. Paramos diversas vezes para curtir e tentar registrar, em fotos e vídeos, o que víamos, numa tentativa de não nos esquecermos jamais daqueles momentos. Fizemos diversas paradas, todas ótimas!

Durante todo o trajeto, encontramos alguns animais comuns da região. Vimos tatu, raposa e muitas ovelhas. Porém, o que mais nos chamou a atenção foram os guanacos. Esses animais, parentes selvagens da lhama, realmente teimam em pular as cercas e atravessar a pista. É comum vê-los mortos, pendurados nas cercas, porque tentaram escapar e tiveram uma das pernas travada pelo arame. São animais de médio porte (1,22 metros e 90 kg), podendo provocar um grande estrago quando atropelados. Como a estrada é plana e a vegetação rasteira, é possível avistá-los de longe.

   

A viagem de 215 km dura em média duas horas e meia. No entanto, a nossa levou quase o dobro do tempo. Foram dois os motivos: o vento que estava absurdamente forte (chegava a chacoalhar o carro quando passávamos dos 100 km/h!) e as inúmeras paradas que fizemos pelo caminho. De forma alguma achamos que deveríamos ter feito a viagem em menos tempo. Foi fantástica!!!

Ruta 23 com Fitz Roy e Cerro Torre ao fundo

Rota 23

EL CHALTÉN

Conhecida como a capital argentina do trekking, El Chaltén atrai principalmente os turistas que buscam aventura e ecoturismo. No destino, o que não faltam são trilhas para todos os gostos, com cenários naturais e lagoas azuis emolduradas por montanhas nevadas. É um lugar desértico e isolado, onde se sente a paz e se respira o silêncio. A cidade é a mais nova da Argentina, tendo sido fundada em 1985 para manter a soberania argentina na região. Conta com uma população de aproximadamente 1,5 mil habitantes (permanentes) e fica dentro do Parque Nacional los Glaciares, uma extensa área de preservação ambiental.

Vista panorâmica de El Chaltén

Vista panorâmica de El Chaltén

El Chaltén, amor aos primeiros Passos

Traduzido da língua dos povos indígenas da região, El Chaltén significa “A montanha que fuma”. Este nome faz referência ao objeto dos desejos de inúmeros alpinistas: o monte Fitz Roy, que atua como um memorial da natureza com seu pico de 3.360 metros de altitude e que costuma conter nuvens em sua volta, dando a impressão de que há fumaça saindo dele.

Monte Fitz Roy

A cidade é pequena e acolhedora. É composta de casas de campo de ambos os lados de suas ruas, albergues, pensões e, entre algumas lojas ao ar livre, restaurantes e dois supermercados. Dizer “supermercado” é um exagero! Não é boa comida e nem hotéis luxuosos que levam as pessoas a El Chaltén. Ninguém quer ir às compras nesta cidade – a menos que necessite um novo equipamento de trekking. Apesar disto, se o ciclo de crescimento de visitantes continuar, é bem provável que, em breve, algumas restrições sejam aplicadas para visitar o parque, em um sistema parecido com as do parque chileno Torres del Paine ou Fernando de Noronha. Por isso, se você pensa em conhecer El Chaltén, talvez seja uma boa ideia colocar este destino como prioridade.

Certifique-se de levar dinheiro suficiente para El Chaltén, uma vez que pouquíssimos estabelecimentos aceitam cartão de crédito. Separe o dinheiro da volta (ônibus ou carro), pois soubemos de gente que se complicou por causa disto e acabou ficando preso em El Chaltén.

A pacata El Chaltén

Tudo é muito organizado! Na entrada da cidade, o Centro de Informações oferece aos visitantes um mapa da região com as possíveis trilhas e muitas dicas para os que pretendem fazê-las. Seus funcionários falam sobre os miradores, os animais da região e os cuidados que devem ser tomados durante as trilhas. Explicam que se deve evitar fogo porque anos atrás provocaram um incêndio que devastou uma grande área do parque. Não há necessidade de guia para se fazer as trilhas de El Chaltén, só administre a sua volta para não retornar no escuro. O Centro de Informações foi o primeiro lugar que visitamos ao chegar à cidade.

Centro de Informações para apoio aos visitantes

Se você pretende visitar este lugar remoto, então deve planejar ficar, pelo menos, três dias por lá. Adoraríamos passar mais tempo nesta cidade, mas, por necessidade, acabamos permanecendo somente três dias mesmo.

Depois de fazer o check-in na casa que alugamos, deixamos as bagagens e partimos para a nossa primeira trilha.

1º dia: Trilhas Mirador Los Cóndores, Mirador Las Águilas e Chorrillo del Salto

MIRADOR LOS CÓNDORES – Este passeio agradável é perfeito para um primeiro contato com o ambiente natural de El Chaltén. A caminhada começa subindo a íngreme montanha até chegar ao primeiro mirador. Tal subida leva 30 minutos. No mirador Los Cóndores, El Chaltén está a seus pés, sendo o melhor lugar para se ter uma vista panorâmica da cidade. Também é um ótimo ponto para curtir o pôr do sol da cidade.

El Chaltén vista do mirador Los Cóndores

MIRADOR LAS ÁGUILAS – Depois de tomar fôlego e descansar um pouco, você poderá visitar um segundo ponto da trilha, o mirador Las Águilas. De lá, você terá uma visão indescritível do interior estéril de El  Chaltén, do lago Viedma e do glaciar do mesmo nome. É realmente fascinante que um mundo de montanha tão verde esteja no meio da estepe argentina.

Dificuldade: fácil
Distância aproximada: 3 km
Duração: 1,5 hora
Diferença de altitude: 100 m

 

Visão quando retornávamos do mirador Las Águilas

CHORRILLO DEL SALTO – Retornando dos miradores, nosso filho e nossa nora pegaram o carro e foram até uma das entradas que dava acesso ao Chorrilho del Salto, que fica há 3 km de El Chaltén. É uma trilha curta, de poucos minutos, até uma bela cachoeira de 20 metros de altura. Se sobrar tempo no final de alguma caminhada, vale a pena esticar até lá. Nós estávamos cansados e resolvemos não ir, do qual muito nos arrependemos.

Cascata Chorrillo del Salto

2º dia: Trilha LAGUNA DE LOS TRES

A caminhada até a laguna de Los Tres e ao pé do Fitz Roy é o clássico e a melhor maneira de ver a famosa montanha de perto. Com um total de 21 km e dez horas de duração, esta trilha tem dois possíveis pontos de partida: um no final da Av. San Martin e o outro na Hostería El Pilar, que fica a 15 km do centro de El Chaltén. A opção escolhida foi começar pela hosteria e retornar pelo caminho tradicional, porque assim seria possível visitar mais trilhas e miradores. Outra razão foi a subida do primeiro trecho ser menos íngreme do que o percurso tradicional. Somente nosso filho e nossa nora fizeram a trilha por completo, nós voltamos na metade do caminho e levamos o carro de volta para a cidade. Quem não está de carro em El Chaltén pode pegar um táxi ou um transfer até a hosteria, que custa em torno de AR$ 60 (US$ 1.50). Aliás, só foi possível eles fazerem a ida por um caminho e a volta por outro porque nós retornamos no meio do percurso e levamos o carro de volta pra casa. Do contrário, complicaria toda a logística!

 

Estrada que leva ao início da trilha

Se você estiver de carro, deixe-o (sem medo!) do lado de fora da entrada da Hostería El Pilar, beirando a estrada de terra, foi o que fizemos. Não sabemos se o pessoal deste hotel deixa guardar o veículo no estacionamento deles.   Se o portão da hosteria estiver fechado, pule-o (sem medo também!). Eles só mantêm esse portão fechado por questão de segurança, mas sabem que ali é rota de quem faz esta trilha.

 

No início, percorre-se um bosque com muitas aves e riachos de água potável, além de alguns córregos com água congelada. Pouco depois, já surgem alguns trechos com elevação suficiente para cansar as pernas, mas logo o desnível diminui e segue-se no plano por um longo tempo.

 

  

Duas horas de caminhada e chega-se ao Mirador Piedras Blancas. Um belo glaciar com uma pequena lagoa a seus pés, que, por sinal, estava congelada na época que fomos. Tivemos a sorte de presenciar o desprendimento de parte da geleira e todo aquele estrondo que ecoou. Foi lindo! Deste ponto em diante, nós retornamos à casa e nosso filho e nossa nora seguiram rumo ao monte Fitz Roy e à laguna de Los Tres. Eu ainda não havia operado os joelhos e ambos já estavam inchados devido ao solo irregular e às subidas e descidas do percurso. A distância hosteria – mirador Piedras Blancas – hosteria é de aproximadamente 8 km.

Mirador Piedras Blancas

 

  

Relato do nosso filho e da nossa nora:Durante uma boa distância do trajeto, a trilha se manteve relativamente fácil. Ainda caminhamos por bosques e áreas descampadas. Foi possível perceber as partes que sofreram com o incêndio que o pessoal do Centro de Informações havia falado. Depois de andar bastante, chegamos ao Poincenot, uma área destinada a quem pretende acampar.

 

Logo em seguida, após atravessar uma ponte, chegamos no que parecia ser o início da subida para a laguna de los Tres, e até pensamos que o que tínhamos ouvido falar eram exageros em relação à dificuldade da trilha. Não demorou para percebermos que estávamos equivocados. E aquilo era só o comecinho da elevação! Quanto mais andávamos, mais íngreme e difícil ia ficando. Conforme subíamos, começamos a encontrar neve, o que nos pareceu incrível no começo, mas depois ela passou a aparecer no meio da trilha, tornando o solo escorregadio e perigoso. Não tinha o que fazer, a opção era continuar sem olhar pra trás, ou melhor, para baixo! Quando estávamos quase chegando, o nível de dificuldade, que já era grande, ficou ainda maior. A elevação era tanta e a quantidade de neve tão absurda que fizeram com que a Jaque tivesse seus cinco minutos de desespero. Disse que estava com muito medo e que dali não subiria mais! (rsss) Por muito pouco não desistiu. Obviamente que eu não deixei. Foi então que lhe dei duas opções: a de voltar sozinha ou a de me esperar no meio da neve, porque eu não tinha andado tanto para voltar daquele ponto da trilha. Tanto esforço pra nada?! Eu sabia que meu argumento a convenceria a prosseguir, mesmo que na marra. Nesse trecho final, foram extremamente úteis nossos bastões de caminhada, pois nos proporcionavam um terceiro ponto de apoio.

 

Seguimos em frente e para cima. Depois de três horas, após deixarmos o glaciar Piedras Blancas e de subirmos mais do que poderíamos imaginar, chegamos ao topo do morro. O resultado foi nos deparamos com uma paisagem inexplicavelmente encantadora. Breve momento de êxtase, orgulho e sentimento de gratidão a Deus que nos permitia estar diante de algo tão mágico.

A laguna de Los Tres, que até chegarmos a El Chaltén esperávamos encontrá-la azul, estava congelada, branquinha, coberta pela neve! Mesmo assim, nada disto tirou seu glamour. Para completar a paisagem, ao fundo da laguna tínhamos a visão de uma das montanhas mais desejadas por alpinistas e aventureiros de plantão, o lendário monte Fitz Roy, com seus 3.360 metros de altitude. Ao avistarmos aquela cena, ficamos simplesmente boquiabertos, admirando o que nossas retinas custavam acreditar ser verdade.

Depois da ficha cair, começamos a filmar e tirar fotos loucamente.
Infelizmente, o tempo que tínhamos para desfrutar da paisagem era curto, ficamos mais ou menos uma hora lá em cima. Precisávamos descer porque não queríamos correr o risco de escurecer e ainda estarmos dentro do bosque. Como fomos por um caminho e voltaríamos por outro, não sabíamos o que nos esperava.
Obviamente que a descida não foi tão difícil, mas a neve acumulada dificultou um pouco.

Um trecho de dificuldade e a trilha voltou a ficar mais tranquila. Ainda na volta, encontramos a laguna Sucia e a laguna Capri, que com sol devem ficar lindas. Enfim, avistamos um imenso vale cortado por um rio sinuoso, o rio de Las Vueltas. Neste momento, soubemos que não dormiríamos no mato. Quinze minutos depois, terminava nossa grande aventura.

Laguna Sucia

Laguna Capri

Rio de Las Vueltas

Chegamos à nossa casa às 20h. Naquele momento, andar em linha reta era uma proeza digna de aplausos! O corpo quebrado doía dos pés à cabeça, mas nossas almas estavam lavadas de uma sensação agradável por toda a aventura, toda a tensão e toda a beleza contemplada. Estávamos felizes pelo desafio vencido, pelo sonho realizado e por poder presenciar algo tão grandioso.

Dificuldade: média/alta
Distância aproximada: 21 km
Duração: 10 horas
Diferença de altitude: 700 m

3º dia: Trilha LAGUNA TORRE

É uma trilha mais fácil que a do Fitz Roy. Embora possua 1 km a mais (total 22 km), tem um desnível bem menor. Com meia hora de caminhada, é possível chegar ao mirador Cascada Margarita, de onde se vê uma cachoeira do outro lado da garganta do rio Fitz Roy.

 

 

 

Seguindo caminho em direção à nascente desse rio, depara-se com paisagens totalmente diferentes. A caminhada se dá entre bosques verdes, florestas secas, pradarias e estepes patagônicas, morros e riachos de água potável gelada (muitas vezes congelada!).

 

 

Na metade da trilha, o mirador natural Cerro Torre propicia uma vista linda do vale do rio Fitz Roy e do Cordão Adela ou Cadeia Cerro Torre. Um imponente complexo de montanhas, composto por quatro agulhas de granito, sendo a maior delas o Cerro Torre, as demais são a Torre Egger, a Punta Herron, e o Cerro Stanhardt.

 

 


Após quatro horas e meia de caminhada, chega-se, finalmente, a tão desejada laguna Torre, de onde se tem uma vista privilegiada do enigmático Cerro Torre. A paisagem é de tirar o fôlego! Para se ter uma ideia do encanto provocado, ouvimos “uau!”, “incrível!”, “amazing!” de diversos trilheiros que ali chegavam. Não houve quem não manifestasse uma grande alegria por estar diante daquela maravilha. Todos, sem exceção, subiam e ficavam alguns minutos em pé, estáticos, contemplando o que mais parecia uma tela, uma pintura. Com a gente não foi diferente, também fomos absorvidos pelo azul da lagoa, metade congelada, metade não, com pequenos icebergs que haviam se desprendido do glaciar Torre. O imponente Cerro Torre com seus paredões graníticos formando uma linda silhueta, e seu pico gentilmente coberto por neve, faziam daquele cenário um dos mais belos que vimos na vida.
Após os momentos de encanto, sentamos nas pedras, lanchamos e descansamos um pouco, antes de começarmos a sessão de fotografia. Não precisa ser um expert no assunto pra conseguir tirar fotos memoráveis para ficarem eternizadas como plano de fundo dos nossos computadores ou no álbum de recordações da família.
Se você não for acampar por ali, não pode esquecer que 11 km de caminhada ainda te esperam. Sendo assim, com muita dor no coração, dá-se a última olhada naquele lugar, tentando capitar todos os detalhes e pedindo a Deus para que aquela imagem nunca saia da cabeça. Viramos de costas para o cerro Torre e seguimos de volta pra El Chaltén. A volta foi mais fácil e rápida, durou três horas e meia.

Dificuldade: moderada
Distância aproximada: 22 km
Duração: 8 horas
Diferença de altitude: 600 m

No dia seguinte, nos despedimos dessa encantadora cidade ao sul da Patagônia Argentina. A expectativa em cima de El Chaltén era grande, mas tudo foi além do esperado, acima do que havíamos imaginado ou sonhado. Foi difícil aceitar que estávamos indo embora, naquela linda manhã fria e de céu azul. O silêncio tomou conta do carro por alguns instantes…

Não imaginávamos que seria tão difícil ter que dar tchau pra Chaltén.



INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA SUA VIAGEM

Visto – Brasileiros não precisam de visto para estadas a turismo de até seis meses na Argentina. Brasileiros e pessoas de países do Mercosul podem ingressar na Argentina apresentando apenas a carteira de identidade (RG). Passaporte com, no mínimo, três meses de validade é o documento ideal para turistas de todas as nacionalidades. Mais informações, consulte os sites Mundo dos Vistos e Do you need VISA.

População – El Calafate, quase 15 mil habitantes. Chaltén, em torno de 1,5 mil (permanentes).

Idioma – Espanhol (castelhano).

Moeda – A moeda local é o Peso Argentino (AR$). Consulte a taxa atualizada. Muitos estabelecimentos de El Calafate e El Chaltén não aceitam cartões de crédito, ou exigem um valor mínimo para pagar com um. Por esta razão, é sempre bom cambiar dinheiro o suficiente para sua viagem.  Muitos estabelecimentos aceitam dólares. Ah, é bom que já saiba que a Patagônia Argentina é um dos destinos mais caros para viajar na América do Sul. Você não viaja para lá com o mesmo valor que viajaria para o Peru, Bolívia ou norte da Argentina.

Trocar dinheiro na Argentina é fácil! Aconselhamos não fazer transações com cambistas de rua, procure sempre bancos e casas de câmbio. Independentemente de onde tenha escolhido para cambiar, conte seus AR$ cuidadosamente e confira se não recebeu nenhuma nota falsa, há muitas delas circulando na Argentina!  Este golpe é mais comum em Buenos Aires. Tocamos neste assunto porque muitos turistas passam pela capital argentina antes de ir à Patagônia Argentina. Veja na figura abaixo algumas dicas de como identificar pesos argentinos falsos.

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Vacinas – Nenhuma vacina é exigida para entrada no país.

Eletricidade e Tomadas – Todo o país opera em correntes de 220 volts. Quanto às tomadas, a Argentina adotou como padrão o tipo I.

QUANDO IR À PATAGÔNIA ARGENTINA / MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR A PATAGÔNIA ARGENTINA

A maioria dos turistas optam por ir na primavera (outubro a dezembro) ou no verão (janeiro a março), que é quando faz menos frio, há pouca chuva e os dias são mais longos. Em janeiro, por exemplo, os dias chegam a ter 16 horas de sol! De outubro a março é a alta temporada na Patagônia Argentina.

A estação na qual você escolhe viajar afetará significativamente o custo da sua viagem. Com base nisto e seguindo a dica do nosso filho e nora, viajamos para lá no final de setembro, início da primavera. Pegamos um clima ameno e pagamos tudo com os preços da baixa temporada, o que barateou bastante a nossa viagem. Evite ir para lá em junho, julho ou agosto.   Temperaturas (mín / máx em graus Celsius) = outubro a dezembro: 2 ºC/ 11 ºC, janeiro a março: 6 ºC/ 18 ºC, abril a junho: 0 ºC/ 10 ºC, julho a setembro: -8 ºC/ 3 ºC.

O QUE LEVAR

A Patagônia Argentina é uma região onde todos os tipos de clima podem acontecer no mesmo dia. O tempo ensolarado de repente fecha, trazendo fortes ventos e até mesmo neve (até no verão!). A dica, portanto, é preparar-se levando artigos básicos. Porém, mesmo no verão, leve casacos impermeáveis com corta vento e calçados apropriados para lama e gelo. Alguns dos itens abaixo somente serão úteis se você for fazer trekking pelas trilhas de El Chaltén.   As excursões que incluem caminhada sobre o gelo (Mini Trekking ou Big Iceoferecem grampones (adaptação para solado com garras para gelo), que já estão inclusos no valor do passeio.

Para vestir

  1. Agasalho de inverno
  2. Jaqueta impermeável (com capuz) ou capa de chuva (boa!)
  3. Calça impermeável
  4. Calça e blusa térmicas (segunda pele)
  5. Calçados próprios para trekking
  6. Meias especiais para trekking (evitar bolhas) + meias sockets
  7. Abrigos e camisetas
  8. Chinelos
  9. Gorro/touca + luvas
  10. Chapéu/boné e óculos de sol
O Que Levar Trilha Salkantay Machu Picchu

Botas com solado reforçado

Trilha Salkantay Machu Picchu

Meias com duas camadas

O Que Levar Trilha Salkantay Machu Picchu

Outros itens:

  1. Mochila + capa ou saco plástico (proteger da chuva)
  2. Garrafa para água / Cantil
  3. Bastões de trekking
  4. Lanterna, de mão ou de cabeça
  5. Tripé pequeno para fotos
  6. Câmera
  7. Barras de cereais, chocolates e biscoitos (para quando estiver na trilha)
  8. Cadeados

HOSPEDAGEM

Há muitas opções para se hospedar em El Calafate e El Chaltén, sendo os hostels as mais comuns. El Calafate possui uma ótima infraestrutura hoteleira. El Chaltén também acomoda seus visitantes, mas de forma mais modesta.

El Calafate – Ficamos hospedados no Hospedaje Lautaro. Local agradável e extremamente familiar. Simples, mas bem localizado, limpo, com wi-fi, quartos calafetados, água quente e um ótimo café da manhã.  Seus proprietários nos trataram muito bem e nos deram todas as dicas que necessitávamos para nossos passeios em El Calafate e até em El Chaltén.

 

El Chaltén – É um destino mais rústico, próprio para montanhistas e gente que adora fazer uma trilha. Achamos mais conveniente alugar uma casa para temporada, o Cabañas El Puesto Sur. Muito limpa, com wi-fi, quartos calafetados, água quente no chuveiro e na torneira da cozinha e um bom café da manhã. Uma grande vantagem desta nossa escolha foi a total liberdade que tivemos na casa. Outra coisa boa foi a possibilidade de fazer churrasco no final do dia.

 

 

Para pesquisar e reservar nossas hospedagens, costumamos utilizar o Booking e o Hostelworld (para hotéis e hostels) e o Airbnb (para estúdios e apartamentos).

TRANSPORTE

O Aeroporto Internacional Comandante Armando Tola (FTE), em El Calafate, está localizado a 21 km da área central da cidade. Como não há ônibus até o Centro, o transporte até os hotéis se dá através de táxis e Vans. A melhor e mais econômica opção são as Vans (shuttle). A empresa que realiza este trabalho é a Ves Patagônia. As Vans saem a cada 15 minutos e o trajeto até o Centro dura por volta de 40 minutos, por conta das paradas em vários hotéis para deixar os passageiros. Para utilizar o serviço, você pode tanto comprar a passagem no balcão da empresa, no aeroporto, ou já deixar tudo reservado com a Ves Patagônia. Os preços do serviço são: Aeroporto–Hotéis próximos ao Centro de El Calafate: AR$ 60 (só ida) ou AR$ 100 (ida e volta).  Aeroporto–Hotéis distantes do Centro de El Calafate: AR$ 70 (só ida) ou AR$ 120 (ida e volta).

Aeroporto de El Calafate (FTE)

Em El Calafate não houve necessidade de táxis e ônibus de linha para nos locomovermos, uma vez que nosso albergue era no Centro e em todos os passeios optamos por incluir o traslado Hospedagem – Parque Nacional los Glaciares – Hospedagem.

Por outro lado, foi oportuno alugar um carro para irmos até El Chaltén. Apesar de El Chaltén ser pequena, o veículo foi muito útil quando o começo da trilha estava distante da casa que ficamos.

 1ª) Transforme seu celular num GPS e ainda utilize o WhatsApp, o Facetime e outros aplicativos sem depender de wi-fi. Vá a alguma loja de telefonia e contrate um plano Prepaid Simcard. Não é caro!;  2ª) Faça o download do Google Maps Off-Line no seu celular e use este aplicativo quando precisar se localizar e não houver conexão com a Internet.

SAÚDE

A Patagônia Argentina é uma região com grandes contrastes climáticos. Prepare-se levando roupas de frio, contratando um bom seguro de viagem e tomando precauções sanitárias. Estando lá, faça refeições calóricas e hidrate-se bem. Também não se esqueça de levar seus remédios de uso contínuo e, por precaução, os que podem ser necessários durante sua estada nestas cidades. Se você ficar doente com a comida, água, etc., pergunte ao seu guia ou ao hotel sobre a Intetrix. A notícia boa é que a água é potável tanto em El Calafate como em El Chaltén. Por diversas vezes em nossas caminhadas, abastecemos nossas garrafas com a água que descia das geleiras.

Água potável nas trilhas de El Chaltén

Abastecendo com água proveniente da geleira

 Devido à luminosidade causada pelo gelo, não deixe de usar óculos escuros quando estiver caminhando sobre os glaciares. Outro cuidado é sempre usar protetor solar. Quanto mais perto da Antártica, menor a proteção da camada de ozônio, onde os danos causados pelo sol são maiores.

Trekking sobre a geleira em El Calafate. Todos com óculos escuros!

Leve seus medicamentos de uso contínuo (se tiver) e, por precaução, os que podem ser úteis durante sua estada nesta cidade, já que no exterior é difícil comprar remédios sem receita médica.

CULTURA E COSTUMES

Se você quer conhecer a Patagônia Argentina em profundidade, não pode deixar de lado sua cultura e história. Aprender como a vida é e estava neste canto selvagem do mundo, fará de sua viagem uma experiência insuperável.

Mate – Não se surpreenda se em algum momento alguém em sua hospedagem, em seu passeio ou em qualquer lugar lhe convidar para ‘tomar um mate’. O mate é uma bebida que serve não só para esquentar, mas também para conversar e compartilhar um tempo com pessoas que a gente gosta. Os moradores de El Chaltén dizem que lá eles tomam muito mate porque é algo que reflete a calma e a quietude da Patagônia Argentina.

Cordeiro patagônico – Se falamos de cultura, a gastronomia é uma parte importante dela. Uma preparação clássica na Patagônia Argentina é o cordeiro assado no palito. Nesta região, as condições climáticas e geográficas fazem com que o cordeiro tenha uma qualidade superior, o que se reflete na sua textura tenra e sabor delicioso. Assar um cordeiro é algo geralmente feito ao ar livre por várias horas e temperado apenas com sal. Além de ter um sabor característico na região, o cordeiro assado na vara representa uma oportunidade para compartilhar com a família e amigos. Tudo em um ritmo lento, como as coisas geralmente acontecem na Patagônia Argentina.

Cordeiro patagônico

SEGURANÇA

A Patagônia Argentina é uma região segura e protegida. Em nenhum momento pressentimos, nem muito menos tivemos, qualquer problema de segurança nesta nossa viagem. Em El Chaltén, caminhamos por trilhas solitárias, passamos por lugares selvagens, onde vimos diversas turistas fazendo trekking sem a companhia de homens. Aliás, essas trilhas foram criadas por e para turistas que desejam caminhar, ver e fotografar belas paisagens.

Se sua identificação nesta viagem for o passaporte, recomendamos deixar o original guardado no hotel e andar somente com a cópia das páginas de identificação.

ALIMENTAÇÃO

Comer bem faz parte do roteiro patagônico ideal. Isso significa saborear um bom assado de cordeiro, fartar-se de empanadas quentinhas, trutas frescas e provar as inigualáveis parrillas dos argentinos. Estando em El Calafate e não desejando comidas tão típicas, há ainda uma boa oferta de casas que oferecem pizzas, sanduíches, bufês variados e comida italiana. Nossa família comeu cordeiro de tudo quanto é jeito! Outro destaque nesta cidade são as boas cartas de vinho, com rótulos chilenos e argentinos que não chegam aos mercados do exterior. Bares e cervejarias são uma boa pedida para uma confraternização ou para relaxar depois de um dia inteiro de caminhadas, assim como confortáveis e charmosos cafés que servem deliciosos chocolates quentes. Quanto às gorjetas, elas não são obrigatórias, mas nos restaurantes é comum deixar para os garçons pelo menos 10% do total da conta.

Restaurante Pura Vida

Carbonada de cordeiro na moranga

Restaurante La Rechuzita

Cordeiro grelhado com fritas

Restaurante La Zaina

Carré de cordeiro com fritas

Empanada patagônica – Empanada é um dos pratos mais populares da Argentina e se faz presente também na culinária patagônica. Isto porque, dependendo da região em que é preparada, costuma ser recheada de maneira diferente. As empanadas da Patagônia Argentina são recheadas com carne de cordeiro cozida, cebolinha, pimenta vermelha moída, pimentão, salsa, coentro fresco e, às vezes, vinho branco e alcaparras.

Empanada patagônica

As opções de restaurantes em El Chaltén são bem menores quando comparadas com as de El Calafate. Também não temos muito o que falar sobre os lugares que servem refeições nesta cidade, pois na hora do almoço estávamos pelas trilhas e na janta fazíamos churrasco. Deliciosas carnes num preço altamente convidativo somadas à preguiça que tínhamos depois de uma intensa caminhada, nos obrigaram a agir desta maneira. Antes de iniciar as caminhadas, montávamos lanches reforçados, que seriam o nosso almoço.

  

SOUVENIRS

É interessante andar por El Calafate e visitar as lojinhas e galerias de artesanato local (roupas de couro, lãs de ovelha e alpaca, trabalhos em pedras, facas artesanais, entre outros). Ainda nestas duas cidades há opções de adquirir bons vinhos argentinos e chocolates com preços mais atrativos em relação aos produtos do free shop. A Receita Federal do Brasil permite que o viajante traga na bagagem até 12 litros de bebida alcoólica em viagens internacionais. A contagem não é por unidade, mas, sim, em litros (12 litros = 16 garrafas de vinho).

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"Viajar é mudar a roupa da alma." - Mário Quintana