Congonhas, Minas Gerais
Planejando sua viagem a CONGONHAS MG
Saímos logo cedo de Ouro Preto, para percorrer 56 km com destino a Congonhas, a “Cidade dos Profetas“. O município possui um expressivo conjunto de riqueza barroca do maior artista do gênero no Brasil: Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido por Aleijadinho. É de encher os olhos as esculturas, a arquitetura e a pintura que compõem o principal ponto turístico desta cidade e o mais famoso de todos das cidades históricas de Minas Gerais: o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. É nele que, esculpidos em pedra sabão e em tamanho real, estão os internacionalmente conhecidos 12 profetas de Aleijadinho. A cidade é pequena e a maioria dos pontos de interesse estão bem próximos, dando para fazer tudo a pé.
Casal VisiteiGostei
Neste post, você encontrará os seguintes tópicos:
• Sobre Congonhas
• Quando ir a Congonhas / Melhor época para visitar
• Dicas de viagem: O que fazer em Congonhas
• Souvenirs
SOBRE CONGONHAS
As origens da cidade estão ligadas à expansão da atividade dos mineradores portugueses em busca de novas jazidas de ouro, encontradas, inicialmente, na vizinha Ouro Preto. Em 1734, os exploradores fundaram o arraial de Congonhas do Campo. A descoberta de ouro no rio Maranhão levou a população a se fixar nas proximidades. Entre os portugueses que fundaram o arraial, estava o minerador Feliciano Mendes. Ele foi o responsável pela edificação do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, cuja construção surgiu como resposta a uma promessa. Doente, Feliciano Mendes fez uma promessa de dedicação ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos caso recuperasse a saúde. Em 1757, refeito da enfermidade, Feliciano começou a trabalhar para edificar o Santuário. O conjunto tornou-se centro de devoção popular e, até hoje, é alvo de peregrinações de fiéis.
Em 1938, o arraial foi transformado no município de Congonhas do Campo. Em 1948, o nome da cidade foi alterado para somente Congonhas, que nada tem a ver com o famoso aeroporto de São Paulo (CGH), local em que, coincidentemente, trabalhei por 16 anos, antes de me aposentar.
QUANDO IR A CONGONHAS MG / MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR CONGONHAS MG
É possível passear em Congonhas em qualquer época do ano. Somente como informação: chove muito de novembro a março; entre abril e outubro, as chuvas são muito escassas; nos meses de junho, julho e agosto, as noites costumam ser frias, com temperaturas abaixo de 10 ºC. Escolha a ocasião de acordo com a sua conveniência e possibilidade. As cidades históricas, dadas as diferenças de altitude, frequentemente atingem baixas temperaturas durante todo o ano. Mesmo que sua viagem ocorra no verão, leve um agasalho para usar à noite.
DICAS DE VIAGEM CONGONHAS MG
O QUE FAZER EM CONGONHAS MG
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1. CENTRO DE INFORMAÇÕES TURÍSTICAS – Encontra-se logo na entrada de Congonhas o Centro de Informações Turísticas da cidade. Dê uma parada, obtenha as informações necessárias, tire suas dúvidas e pegue um panfleto com o mapa do que visitar neste destino.
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2. SANTUÁRIO DO BOM JESUS DE MATOSINHOS – Já que tudo está tão perto, comece o seu passeio pela principal atração de Congonhas. O Santuário, considerado um dos maiores tesouros da arte barroca, foi construído a partir da segunda metade do século XVIII e é formado por uma igreja, cujo interior é decorado em magnífico estilo rococó, de inspiração italiana; por uma escadaria externa com as esculturas dos Profetas de Aleijadinho; e por seis capelas (todas iguais externamente), denominadas “Passos“, que representam a Via Crucis de Jesus Cristo, as quais abrigam esculturas de Aleijadinho. O desenho da igreja foi inspirado em dois importantes santuários localizados ao norte de Portugal, o Bom Jesus de Matosinhos, nos subúrbios da cidade do Porto, e Bom Jesus de Braga, próximo à cidade do mesmo nome. O monumento passou por diversas obras de restauração nas últimas décadas. As 66 esculturas de madeira, em várias cores e em tamanho natural, abrigadas nas seis capelas que reúnem os sete grupos de Passos da Paixão de Cristo, compõem um dos mais completos conjuntos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das maiores obras-primas que Aleijadinho deixou para a humanidade.
2.1. OS PROFETAS DE ALEIJADINHO é um conjunto de esculturas em pedra sabão feitas entre 1796 e 1805 por este grande artista mineiro, tendo por objetivo sua colocação na frente da igreja. Sexagenário e bastante enfermo, com cinzel e martelo amarrados às mãos, Aleijadinho elaborou um conjunto de esculturas monumentais que marcaria definitivamente sua obra.
No ano de 1794, Vicente Freire de Andrade assumiu a administração da obra. Sua principal atividade foi providenciar a parte da decoração externa – as imagens para o adro e para cenas da paixão de Cristo. Vicente Freire teve a brilhante ideia de contratar o maior artista da Capitania das Minas, que residia em Vila Rica – mestre Antônio Francisco Lisboa , o Aleijadinho. O mestre aceitou a tarefa que foi iniciada em agosto de 1796 e concluída em 1805. Foram nove anos de trabalhos intensos para produzir um total de 78 esculturas. A obra de Congonhas acabou se tornando o ápice da sua carreira.
Em 1939, o conjunto foi tombado pelo IPHAN como Patrimônio Histórico Nacional e, em 1985, a igreja, as estátuas e as esculturas foram declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Apesar do processo de transformação ocorrido com o crescimento urbano da cidade de Congonhas, decorrente do intenso processo de mineração de ferro, o Santuário se constitui, até os dias atuais, em ícone da arte sacra e religiosidade brasileira. Os 12 profetas são: Isaías, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Abdias, Amós, Jonas, Naum e Habacuque. Alguns especialistas acreditam que o escultor talhou no profeta Amós o seu autorretrato.
Há grande preocupação com o estado de conservação das obras que compõem o conjunto dos 12 profetas de Aleijadinho. Por serem feitas de pedra sabão, já apresentam um desgaste natural ao longo dos anos. Já se cogitou a hipótese de levá-las para um museu e instalar réplicas em seu lugar, mas sempre que o projeto é suscitado a população local manifesta-se contra, visando o turismo gerado pelas obras.
2.2. A IGREJA DO SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHOS teve sua construção iniciada em 1757. Em 26 de julho de 1957, o Papa Pio XII, reconhecendo a importância histórica, artística e religiosa do conjunto, elevou a igreja principal à dignidade e Basílica Menor. A via-sacra é composta por uma série de capelas de planta quadrada, paredes caiadas e teto de quatro águas que abrigam cenas da Paixão de Cristo representadas mediante conjuntos esculturais esculpidos em cedro brasileiro e policromias, seguindo a estética sentimental e rebuscada de rococó. A pintura do teto é de autoria de Mestre Ahtaíde. Na nave, destacam-se como elementos decorativos dois dragões orientais (porta-lâmpadas) e os curiosos animais do arremate inferior dos púlpitos.
2.3. A SALA DOS MILAGRES do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, anexa à igreja, foi transformada em museu e é uma atração a ser visitada quando da sua ida a Congonhas. Nela, há uma coleção de 89 ex-votos, nome dado a quadros, esculturas ou objetos oferecidos pelos fiéis em pagamento de promessa ou em agradecimento a uma graça alcançada. A exposição das peças complementa o ambiente de religiosidade do Santuário. São fotografias com agradecimentos em porta-retratos, imagens de acidentes em que alguém se salvou, bilhetes, cartas, objetos que representam a graça alcançada e tantos outras manifestações de gratidão, datadas a partir do início do século passado.
2.4. OS PASSOS DA PAIXÃO DE CRISTO foram adicionados em frente à igreja, no final do século XVIII. Dentro das seis capelas, estão 66 esculturas em madeira do grande artista barroco, as quais descrevem os momentos finais de Jesus. Aleijadinho deixou a sua marca em Congonhas e seu trabalho é fantástico! Os Cristos e figuras principais continuam sendo do mestre Aleijadinho, mas as figuras secundárias foram entregues aos seus alunos, artesãos de seu atelier. A policromia do mestre Athaíde foi produzida em tons pastéis e de forma extremamente discreta.
Entrada gratuita. Quem deseja que a visita seja guiada, deve pagar separadamente ao profissional. Praça da Basílica, s/n – Fone: (31) 3731-1591.
3. HOTEL COLONIAL – Ao lado da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, encontra-se o prédio do Hotel Colonial, datado de 1938. Segundo a tradição local, o imóvel teria sido construído para abrigar romeiros de maior poder aquisitivo e parentes dos seminaristas. É uma excelente opção para se hospedar na cidade, tendo como grande vantagem ficar ao lado do Santuário e perto das melhores atrações de Congonhas. Praça da Basílica, 76 – Fone: (31) 3731-1834.
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4. ALAMEDA DAS PALMEIRAS – Uma quadra abaixo do Hotel Colonial, encontra-se um dos trechos mais pitorescos de Congonhas, a Alameda Cidade Matosinhos de Portugal, mais conhecida como “Alameda das Palmeiras”. A bonita via, que possui lindas palmeiras e flores sobre as calçadas, começa na Praça do Santuário e termina no Centro Cultural da Romaria. No final de todo ano, ela recebe a iluminação que divulga e embeleza o Natal do município. Um local que rende belas fotos.
5. MUSEU DE CONGONHAS – Inaugurado em 2015, o moderno e interativo Museu de Congonhas funciona ao lado do Santuário e está aberto à visitação. É a oportunidade que as pessoas têm de se aprofundar mais sobre a história da Cidade dos Profetas. O acervo do museu compreende todo o patrimônio móvel e imóvel, material e imaterial que esteja vinculado ao Santuário do Bom Jesus de Matosinhos: igreja, ritos de devoção, capelas, esculturas, ex-votos, pinturas e peregrinação. O ingresso custa R$ 10,00. Alameda Cidade Matosinhos de Portugal, 77 – Fone: (31) 3732-2526.
Santíssimo Bistrô – No prédio do Museu de Congonhas, independentemente de você acessar ou não a atração, há um excelente restaurante para atender funcionários do próprio museu, moradores locais e pessoas que estejam visitando a cidade. O Santíssimo Bistrô, que, conforme dissemos, é aberto ao público em geral, oferece refeições (à la carte e self service), porções, pizzas, chopp e muitas delícias da cozinha mineira. Demoramos para decidir onde almoçaríamos e acabamos chegando no final do expediente do Santíssimo. Mesmo assim, acreditamos ter escolhido uma das melhores opções custo x benefício de Congonhas. Adoramos a comida e o atendimento! Fone: (31) 3731-1582 Procure não chegar tarde, de forma a aproveitar as delícias do sistema self service.
6. MUSEU DA ROMARIA – Onde hoje se encontra o museu, antes era um local que servia de abrigo aos pobres, que, desde 1770, iam a Congonhas para os festejos do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Construído na década de 30, o prédio foi desativado na de 60 e vendido a um grupo de empresários, que pretendia construir um hotel. Recuperado em 1993 pela prefeitura, o local hoje funciona como Fundação Municipal Cultural, abrigando um museu. Da construção original, demolida em 1968, restaram apenas as duas torres, ligadas por um arco, que compõem o pórtico da entrada. Como o museu estava sendo restaurado, limitamos-nos somente a tirar algumas fotos da sua fachada. Entrada gratuita. Alameda Cidade Matosinhos de Portugal, 153 – Fone: (31) 3731-3100.
7. IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – A igreja é um dos símbolos do barroco mineiro. Foi construída em 1734 e possui trabalhos de Aleijadinho e seu pai, Manoel Francisco Lisboa. Tombada pelo IPHAN no ano de 1950, sua nave é uma das maiores de Minas Gerais. Aliás, o frontispício, com seu belo pórtico esculpido, é obra de Aleijadinho. A igreja apresenta fachada plana, em estilo jesuítico, com portada em pedra sabão, esculpida com volutas e querubins, representando a Arca de Noé. A praça em frente à igreja possui coqueirais e uma bonita escadaria, que rendem belas fotos. Entrada gratuita. Praça Sete de Setembro, 32 – Fone: (31) 3731-1390.
SOUVENIRS
Você encontrará artesanatos e souvenirs nas lojas que ficam ao lado do Santuário, no sentido oposto ao Hotel Colonial. Nós compramos algumas lembrancinhas na loja “O Aleijadinho” e recomendamos a quem por lá for passear.
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